sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

TARAUACÁ: Após cheia, vereador Raquel propõe elevar ruas em até 1,2 m no município

G1/Acre - Um requerimento do vereador Raquel de Sousa (PT-AC) propõe que a Prefeitura de Tarauacá crie um projeto para a elevação de até 1,2 metro no nível de cinco ruas de Tarauacá, que foram atingidas pela cheia do rio que leva o mesmo nome da cidade do interior do Acre. O requerimento foi apresentado na quarta-feira (8) na Câmara Municipal de Tarauacá e ainda vai ser encaminhado para a prefeitura.

De acordo com Souza, seriam elevadas as ruas João Pessoa (924m), Severiano Ramos (850m), Benjamin Constant (600m), João de Paiva (600m) e Dona Constância de Menezes (300 metros) todas localizadas no Bairro da Praia. Ao G1, a prefeitura informou que ainda não foi notificada do requerimento.

A enchente dos rios Tarauacá e Muru chegou a atingir 16 mil pessoas. Ao todo, 70 famílias - 123 pessoas - foram removidas de suas casas e levadas para dois abrigos, instalados nas escolas José Augusto de Araújo e João Ribeiro. Após a vazante, as famílias desabrigadas retornam para casa no dia 3 de janeiro.

"Essas cinco ruas ligam o bairro todo, porém, na alagação as pessoas que tentam ajudar não conseguem chegar até as casas para entregar alimentos, velas e outros mantimentos para os alagados. Para ter acesso ao bairro, é preciso contornar parte da cidade. Então, na hora que elevarmos essas ruas poderemos ter acesso a todo o Bairro da Praia", explica.

Após estudos, Sousa diz que o projeto custaria em média 20 milhões, pois, além da elevação, o projeto inclui saneamento básico e hidrantes para fornecimento de água para os moradores. Com a elevação, o vereador acredita que vai ser possível manter os moradores no bairro e garantir que eles não fiquem isolados no período de cheia.

"Nessas ruas, ficam localizados mercados e lojas de Tarauacá. Para ter uma ideia, em uma dessas ruas um comerciante perdeu, em três dias de cheia, o total de R$ 150 mil. Se tirarmos os moradores para conjuntos habitacionais como ficam os comerciantes? Essas pessoas não vão ter condições de se locomover para esses conjuntos. Além disso, as pessoas não querem se mudar do bairro, então, temos que trabalhar em busca de melhorias", diz.

Situação de emergência

Mesmo com a vazante, a prefeita da cidade, Marilete Vitorino, decretou situação de emergência na cidade no dia 31 de janeiro. O decreto considerou os efeitos da enchente causados na rede de distribuição de energia elétrica, assim como no abastecimento de água potável e drenagem pluvial. Foram considerados ainda, os danos às vias urbanas e rurais.

No documento, a prefeita autoriza a mobilização de todos os órgãos do município para atuarem juntos com a Defesa Civil nas ações relacionadas à enchente. Marilete libera ainda a convocação de voluntários para reforçar as atividades e campanhas de arrecadação de recursos.

Enchente do Rio Tarauacá em 2017

Desde o início do ano, a situação dos rios em Tarauacá vem oscilando. No último dia 11, as águas subiram 73 centímetros em 6h e marcaram 8,86 metros. Um dia depois, o rio apresentou vazante de mais de um metro, chegando a 7,70 m. No mesmo dia, as águas voltaram a subir e marcaram 8,38 metros

No dia 16, o nível do rio voltou a subir e ultrapassar a cota de alerta. O Corpo de Bombeiros da cidade informou que o nível do afluente estava em nove metros.

Já no dia 17, as águas do manancial marcaram 9,20 metros e atingiram o primeiro bairro da cidade. No mesmo dia, uma árvore caiu em cima de uma embarcação, com 15 pessoas da mesma família e uma adolescente de 15 anos morreu.

Enchentes históricas

A cidade de Tarauacá enfrentou uma série de enchentes históricas há dois anos. Foram 12 ocorrências entre novembro de 2014 e março de 2015. O ex- prefeito da cidade, Rodrigo Damasceno (PT-AC), chegou a decretar estado de calamidade pública em novembro de 2014. O nível do rio ultrapassou os 12 metros e atingiu mais de 70% da cidade.

Em dezembro do mesmo ano, o governo federal liberou R$ 794 mil para cobrir despesas com atendimentos às vítimas da enchente. Em fevereiro de 2015, o ex-prefeito afirmou que a prefeitura estimava um prejuízo de 40 milhões na zona rural e urbana. Já em março de 2015, a União liberou R$ 1.033.210 para a cidade, que deveria ser usado na execução de ações de socorro e assistência.

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